Como funciona o aparelho fonador?
Mariana Lemos, São Paulo, SP
Graças às cordas vocais, podemos falar, cantar, chorar e dar aqueles berros em momentos de fúria. Se tomarmos como base a dimensão pequena do nosso sistema vocal, jamais poderíamos mensurar a enorme potência que tem. Ele é formado apenas pela laringe e seus componentes, entre eles as cordas vocais, faringe e cavidades oral e nasal. Se fosse colocado numa orquestra, ele certamente estaria posicionado lado a lado com os instrumentos mecanicamente mais simples. Nosso aparelho fonador, onde fica o sistema vocal, não possui órgãos genuínos e fez uma espécie de permuta com os sistemas respiratório e digestivo do corpo para conseguir se formar. Até pouco tempo, cientistas não sabiam explicar como a voz de um cantor poderia ser tão potente e versátil quanto o som de um instrumento milimetricamente construído pelo homem. Mas, usando fibra ótica, os pesquisadores conseguiram "entrar" na laringe e identificar elementos presentes no sistema vocal com funções semelhantes aos de aparelhos de som. (colaborou: Mariana Romão)
NÓS E OS INSTRUMENTOS
Assim como a voz humana, a maioria dos instrumentos musicais contam com três elementos básicos:
1>>>Uma fonte de som que vibra no ar e cria uma freqüência fundamental e outras harmônicas relacionadas e que definem o timbre (a "cor" do som)
2>>>Um aparelho que reforça ou amplifica a freqüência fundamental e suas harmonias
3>>>Um irradiador de som que transfere o som para um espaço livre de ar e para os ouvidos
A MECÂNICA DAS CORDAS VOCAIS
Diferentemente das cordas de um violino, as nossas têm uma estrutura formada por três partes, que permitem a diversidade de freqüências que um cantor é capaz de alcançar. Em cada corda há uma espécie de ligamento, onde estão os músculos contrativos, cobertos por uma membrana mucosa. Músculos que cobrem a cartilagem anexa às cordas alongam os ligamentos e ajudam a produzir freqüências mais altas. Quando se contrai, esse músculo aumenta a tensão da corda, o que gera uma variedade ainda maior de freqüência. Quando o ar dos pulmões passa pela membrana, ela oscila e troca energia vibracional com essa corrente, criando ondas de som.
SOM NA CAIXA
O som produzido na laringe seria inaudível se não fosse amplificado. A estratégia que o corpo usa para intensificá-lo é a seguinte: uma ação "empurra-puxa" do ar na laringe aumenta o balanço das cordas vocais. Quando as cordas começam a se separar, o ar dos pulmões sobe e faz pressão contra o ar que está parado no vestíbulo da laringe (1). A inércia desse ar estacionário aumenta a pressão na abertura entre as cordas (a glote) e as deixa mais separadas (2). Conforme o movimento das colunas de ar, as cordas voltam a se fechar e cortam a corrente de ar que sobe dos pulmões (3). Essas ações do organismo ocorrem rapidamente e criam um vácuo na glote, que age para que as cordas vocais se batam com força, criando ressonância. Numa criança, o ciclo vibratório se repete mais de 250 vezes por segundo, fazendo com que a vibração do ar seja grande e gerando sons mais agudos. Nas mulheres, as cordas se movimentam até 220 vezes por segundo, e nos homens, cerca de 110 vezes.
Este blogue é dedicado às discussões de temas ligados à sociolinguística, fonética e fonologia. O nome dado ao blogue é uma combinação de dois étimos: socio, de sociolinguística e fonema, som da língua. Adicionando-se a estes, o sufuxo "tica", de origem grega, que significa "estudo". Daí advém o nome SOCIOFONEMÁTICA.
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Muito bom seu blog. Você traz curiosidades muito importantes que muitos nem sabe, e nem procuram saber, espero que você continue, pois achei os assuntos muito importantes e interessantes, muito obrigada por compartilhar.
ResponderExcluirGostei como foi claro o tema trabalhado
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